Tembici
A Tembici e uma empresa de aluguel de bicicletas e ela e a responsável pelas bicicletas que estampa a marca Itaú.
Quem andava pelas ruas das principais metrópoles brasileiras antes da pandemia do novo coronavírus provavelmente se lembra das bicicletas e patinetes compartilhadas. Essa moda da micromobilidade urbana individual refletia tendências americanas e chinesas. E, assim como nesses países, poucos negócios do tipo sobraram para contar sua história no Brasil.
Um deles é a Tembici, responsável pelas bicicletas compartilhadas que estampam a marca Itaú Unibanco. A startup não apenas sobreviveu à concorrência e à pandemia, mas construiu um modelo de negócios que resultou em um lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) positivo. Agora, de olho no fim dos lockdowns, a Tembici captou uma nova injeção de capital.
A Tembici anunciou nesta quinta-feira (30) a captação de R$ 420 milhões (US$80 milhões). Os recursos vieram de venda de participação no negócio (equity) e de financiamentos. A Tembici não abre quanto foi captado em cada frente.
Em equity, a série C foi liderada pela Crescera Capital, gestora de private equity e venture capital que tem no portfólio negócios como Convenia, EasyCrédito, Grupo Zelo e Oba Hortifruti. Outros fundos que participaram da rodada são Endeavor Catalyst, Igah Ventures, IFC, Pipo Capital, Redpoint eventures e Valor Capital Group. Já nos financiamentos, a startup captou recursos com Itaú e Santander em linhas específicas para negócios ESG (movimento que une conceitos como preocupação com meio ambiente, governança corporativa e responsabilidade social).
Na pandemia, entregadores e bikes elétricas
A Tembici vinha em crescimento forte – até a primeira quinzena de março de 2020. As viagens de deslocamento a trabalho caíram na primeira onda da pandemia, mas outros dois perfis ficaram em evidência: profissionais de linha de frente e entregadores.
Resultado da Tembici
o uso das bicicletas compartilhadas apenas por profissionais no ramo de última milha cresceu dez vezes entre março de 2020 e setembro de 2021. Hoje, as viagens nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro com o perfil de entregas já representam 21% da base da Tembici.
Os entregadores usam as bicicletas de quatro a seis horas por dia para diversas viagens, enquanto os usuários de mobilidade as usam por cerca de 40 minutos ao longo de duas viagens diárias. A Tembici criou um plano específico para os profissionais de última milha em setembro de 2020. Chamado Profissional, o plano custa R$ 12,90 semanalmente e permite até quatro horas de uso duas vezes por dia.
A partir do segundo semestre de 2020, que teve uma baixa nos índices de isolamento social, a bicicleta compartilhada também voltou a ganhar consideração entre os usuários de mobilidade. O meio era visto como alternativa para parte do trajeto por transporte público, especialmente com a chegada das bicicletas elétricas, também em setembro de 2020. Elas permitem percorrer distâncias mais longas ou mais íngremes com menor cansaço.
Em outubro de 2020, a Tembici registrou o mesmo patamar de viagens visto no começo do mesmo ano. Na virada para 2021, atingiu um Ebitda positivo.
O movimento foi aumentando progressivamente desde então. O número de viagens cresceu 33% entre janeiro e junho de 2021. Martins afirma que os meses de agosto e setembro de 2021 foramosmelhores meses da Tembici em termos de utilização e receita.
Assim, a startup decidiu fazer uma nova rodada apenas nove meses depois de sua série B. Vimos um cenário favorável para ampliar nossos investimentos e expandir agressivamente.